Isabel Henriques da Silva e José Maria Reffoios são os rostos responsáveis pela JAK Shoes. Fundadores do projeto Officina Lisboa, a dupla criou em 2014 uma marca unissexo e sustentável. Depois do Porto, a marca inaugurou um novo espaço físico em lisboa.

Como é que nasceu este projeto?
A JAK nasceu em 2014. Foi um processo natural porque já tínhamos algum conhecimento nesta indústria. Desde 2012 tínhamos outra marca de calçado, a OFFICINA Lisboa, de sapatos clássicos, com coleções mais tradicionais, tanto para homem como para senhora. Com o tempo a passar, foi surgindo a necessidade de criar uma outra marca, a JAK, desta vez com um modelo de negócio completamente diferente do que tínhamos na OFFICINA Lisboa. Escolhemos criar uma marca mono produto, unissexo e que fosse desde o início mais sustentável, sem recorrer a coleções semestrais, como é feito tradicionalmente. Em vez disso vamos tendo lançamentos periódicos de um modelo de cada vez, que à partida serão clássicos e intemporais.

O setor do calçado foi uma escolha natural?

Sim foi, e como também já conhecíamos a indústria, porque já tínhamos outra marca de calçado, acabou por ser natural e mais fácil começar uma marca nova dentro do mesmo sector, apesar de ter um conceito, modelo de negócio e produto completamente diferente do que já estávamos a fazer.

Neste momento o maior desafio achamos que é transversal à maioria das marcas com a nossa dimensão e modelo de negócio: passa por ultrapassar as dificuldades inerentes à pandemia que estamos a viver. Apesar de todas as dificuldades a JAK continuou sempre a crescer durante este ano e meio, o que é muito bom.

Desde o início que a JAK aposta sempre mais no online e continua a ser assim. No entanto acreditamos que ter espaços físicos que transmitam o conceito da marca é muito importante para o nosso crescimento e para a relação próxima que queremos ter com os nossos clientes.Nas nossas lojas, assim como online, fazemos questão de ter um atendimento muito personalizado, onde o cliente é integrado no espírito e conceito da marca o que também nos ajuda a evoluir e crescer.

Tanto a loja que temos no Porto desde 2019, como a nova loja em Lisboa que abriu este ano, foram criadas em parceria com o Arq. Tiago Silva Dias, que partiu de um par de JAK para depois desenvolver os projetos. Desta forma, ambas as lojas refletem muito bem a nossa filosofia de marca e de produtos onde, tal e qual como fazemos com os nossos sapatos, os materiais usados, o design minimalista, mas com personalidade, têm sempre uma enorme preocupação em termos de durabilidade, qualidade e sustentabilidade. Assim, acreditamos que todas as vertentes e experiência que um cliente tem na marca estão bastante bem integradas, quer seja através dos canais digitais, quer fisicamente em loja.

De que forma é que a JAK se distingue no mercado?
Acreditamos que a JAK é uma marca que se distingue no mercado pela qualidade, construção, intemporalidade e design minimalista. No entanto aliado a estes princípios somos uma marca que acredita e prima pela transparência na comunicação com os nossos clientes, onde tentamos como já foi dito acima, integrar o cliente no espírito e evolução da marca.

O nosso objetivo é criar produtos nos quais os clientes confiem e saibam que estão a fazer um investimento seguro, que envelhece bem e não passa de moda. Somos uma marca direta ao consumidor, e por isso conseguimos oferecer um preço mais justo pela melhor qualidade possível nuns ténis feitos a partir dos melhores materiais.
Quais são os planos para o futuro da marca? O que podemos esperar?

Os nossos planos para o futuro passam por continuar a apostar no crescimento online, pela integração dos clientes na marca através da experiência que têm em loja e online e á medida que tudo for estabilizando depois deste período mais complicado por causa da pandemia voltar a retomar o plano de abertura de lojas nalgumas capitais Europeias onde acreditamos que faz sentido ter uma relação mais próxima com os clientes que já temos nesses países através da nossa loja online ou que já nos visitaram nas lojas no Porto e Lisboa.

Que conselho dariam a um jovem que está a começar na indústria?
Diríamos que vale a pena arriscar e que com muito trabalho se consegue atingir os objetivos e ultrapassar as fases complicadas. É preciso ser resiliente e ter alguma dose de teimosia.